Em cada passo que dou, é como se eu caminhasse para o abismo. Sinto que ele está perto, consigo sentir as pedras que me atira e o abalão que surge dentro de mim...
Percorrer uma maratona, seria como entregar-me a ele e dizer-lhe: "mata-me de uma vez por todas". Tenho que começar a caminhar devagarinho, mas sem andar, como se fosse possível.
Todos os dias tento-me convencer que estou bem, que sou forte. E de certa forma consigo, mas há momentos como o de agora que eu sei que a minha felicidade instantânea não passa de uma mera ilusão. Não quero mais estar assim, mas este poço está demasiado profundo e os meus recursos começam a esgotar-se. Eu só quero sair daqui e ver o sol brilhar de novo. Pergunto-me se isto é uma longa fase prolongada da minha vida ou se é toda a minha vida, entretanto o coração vai apertando e eu como jeito de sofrida, abraço-me a mim própria. Conto comigo para ultrapassar isto tudo, mas eu própria me desiludo e não sei em que pele ficar. Graças à minha tentativa de ser positiva, os meus dias são uma montanha russa. Será que não era melhor ser sempre uma deprimente? Ao menos fechava-me no meu quarto e nunca mais de lá saia. Para não falar que não ia saber o que a felicidade era e se eu quero ser feliz, é porque sei o que a felicidade é. Eu também já fui feliz, só que não percebi, agora sou uma mera aprendiz, ou secalhar sou feliz e ainda não descobri. Porque a vida parece um jogo, a cada nível, o anterior era mais fácil e quando estamos no presente, é sempre a pior coisa do mundo!